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SP-Arte “Rotas Brasileiras”: tudo o que você precisa saber sobre a feira

De 28 de agosto a 1º de setembro acontece mais uma SP-Arte; nesta edição, a feira apresenta mais de 200 artistas e destaca a produção nacional

Por Redação
22 ago 2024, 14h53

A próxima SP-Arte está chegando! Entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro, acontece a terceira edição do Rotas Brasileiras, tema que promete proporcionar uma imersão completa no Brasil por meio das artes visuais. Com mais de 250 artistas, a feira acontecerá na ARCA, espaço localizado na zona oeste de São Paulo.

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São galerias, instituições culturais e projetos com estandes curados que destacam novos caminhos da arte brasileira e exaltam a produção artística nacional. A começar pela diversidade regional entre os participantes: o evento reúne 67 artistas de diferentes origens do Brasil.

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Obra de Isabela Seifarth, que será apresentada na galeria RV Cultura e Arte, de Salvador (BA)
Obra de Isabela Seifarth, que será apresentada na galeria RV Cultura e Arte, de Salvador (BA) (Divulgação/SP-Arte/CASACOR)

Segundo Fernanda Feitosa, fundadora e diretora executiva da SP–Arte, a edição Rotas Brasileiras se desenrola em um ritmo diferente das outras feiras de arte. “Rotas é um mergulho na arte brasileira. Cada projeto é cuidadosamente pensado com as galerias e os artistas, resultando em um conjunto de perspectivas distintas, e aprofundadas da nossa identidade”.

Expositores

Entre as participantes, estão casas já conhecidas do circuito, como Almeida & Dale, Gomide&Co, Bolsa de Arte, Marilia Razuk e Millan, e também as mais jovens, caso de Mitre, HOA, Projeto Vênus e Verve. Galerias-chave do Nordeste também marcam presença: Lima (São Luís do Maranhão), Marco Zero (Recife), Paulo Darzé, Acervo, RV Cultura e Arte (Salvador) e Leonardo Leal (Fortaleza).

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Obra de Lenora de Barros - Gomide&Co
Obra de Lenora de Barros – Gomide&Co (Divulgação/SP-Arte/CASACOR)

Como de praxis no Rotas, também participam institutos, acervos e galerias que preservam e disseminam a obra de nomes consagrados da arte brasileira. São eles:⁠ ⁠Instituto Cultural Vlavianos, Caravana Farkas, Sertão Negro, ⁠Galeria Estação (que celebra 20 anos em 2024), Instituto Mario Cravo Neto, Karandash, ⁠Bancos Indígenas do Brasil e ⁠coleção moraes-barbosa – dedicada a preservação de obras efêmeras, como performance e arte postal.

Estreantes

Nomes como Bianca Boeckel, Bolsa de Arte, Claraboia, Marcelo Guarnieri, Marli Matsumoto, Martins&Montero, Pinakotheke, Projeto Vênus, Ricardo Von Bruscky, Sandra & Marcio e Via Thorey estarão na feira pela primeira vez.

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Confira aqui a lista completa de participantes.

Em pauta: cultura brasileira

Para aquecer o debate sobre a riqueza cultural do Brasil, a terceira edição do Rotas Brasileiras aposta em uma agenda que extrapola a exposição das obras e apresenta na programação uma série de novos projetos que trazem provocações à respeito do tema. A galeria Almeida & Dale apresentará um projeto inédito que reúne o paraense Emmanuel Nassar, a goiana Mirian Inêz da Silva e o paraibano Antonio Dias, cujas obras reverberam as dinâmicas do processo de modernização do Brasil e da cultura brasileira no século 20.

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Obra de Davi Rodrigues - Martins&Montero
Obra de Davi Rodrigues – Martins&Montero (Divulgação/SP-Arte/CASACOR)

As discussões sobre ancestralidade e luta pela defesa dos direitos das populações indígenas do país serão levantadas pela Millan, que apresenta obras dos artistas Daiara Tukano, Gustavo Caboco, Jaider Esbell e Joseca Mokahesi Yanomami. A Martins&Montero destaca um debate similar: ao exibir as pinturas sobre papel, intituladas “Memória e presente do meu Paraguaçu”, do artista do Recôncavo Baiano Davi Rodrigues, a galeria provoca reflexões sobre a preservação ambiental e a preservação da memória cultural.

A necessidade de ampliar a discussão sobre manifestações estéticas, culturais e socioambientais se estendem para o trabalho de três artistas mulheres, Kássia Borges, Kaya Agari e Nara Guichon da Carmo Johnson Projects: o objetivo desse projeto é apoiar práticas sustentáveis e conexões ecológicas. De maneira semelhante, o projeto da Marco Zero busca reinventar paisagens e resgatar memórias ancestrais, explorando o conceito de desvio como uma forma potente de coabitar o território. Com curadoria de Bitu Cassundé, a seleção inclui trabalhos de artistas como Advânio Lessa, Bozó Bacamarte e Cícero Dias.

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Obra de Gilvan Samico - Galeria Marco Zero
Obra de Gilvan Samico – Galeria Marco Zero (Divulgação/SP-Arte/CASACOR)

A Cerrado apresenta um solo do artista Moacir. Residente da Vila de São Jorge, na Chapada dos Veadeiros, ele nunca saiu de lá e tem sua vida envolta por questões míticas. O desenho é sua forma de comunicação com o mundo exterior e suas pinturas confrontam elementos de naturezas distintas, criando figuras carregadas de simbolismos e personagens do imaginário popular.

Na Gomide&Co, a novidade é a exposição “Rotas de afeto”, que promove uma espécie de pingue-pongue entre o trabalho da artista Lenora de Barros e o de seu pai, Geraldo de Barros. Com curadoria minuciosa da artista, esculturas, pinturas e peças de design compõem a exposição. Já na GDA, Galeria de Artistas, a ênfase são as diásporas árabes. Com obras de Mari Dagli, Rodrigo Lahoud, tintanamente e Yara Osman e curadoria de Khadyg Fares, as obras refletem as identidades, a estética e os desdobramentos poéticos e políticos que advém deste trânsito migratório: do oriente ao Brasil.

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Territorialidade, ancestralidade e identidade também são pautas da Paulo Darzé, de Salvador. A galeria levará para a Rotas Brasileiras o projeto “O Mensageiro”, uma exposição coletiva que tem como eixo conceitual Exu, divindade cultuada em religiões de matriz africana.

Obra de J. Cunha - Galeria Paulo Darzé
Obra de J. Cunha – Galeria Paulo Darzé (Divulgação/SP-Arte/CASACOR)

O destaque da Marcelo Guarnieri é a seleção de obras produzidas entre 1962 a 2024 pelos artistas Maureen Bisilliat e João Bez Batti. Por meio da fotografia e da escultura, ambos desenvolvem uma prática interessada em processos manuais, como a revelação fotográfica analógica ou o trabalho de esculpir o basalto.

E com obras que vão da forma orgânica à abstração, o projeto da Lima destaca os trabalhos feitos a partir das sementes de babaçu, andiroba e tamburi, típicas do Maranhão, pelo artista longevo Luis Carlos Lima Santos.

Obra de Luis Carlos Lima Santos - Lima Galeria
Obra de Luis Carlos Lima Santos – Lima Galeria (Divulgação/SP-Arte/CASACOR)

Talks

O programa de conversas da terceira edição do Rotas acontece nos dias 30 e 31, sexta-feira e sábado, em formatos variados. Na sexta-feira (30), Rodrigo Moura debaterá sobre a arte contemporânea brasileira e apresentará o novo setor e o desenvolvimento dos projetos das galerias participantes. Complementam a programação Gabriel Massan e Guerreiro do Divino Amor, que trarão reflexões sobre como a inteligência artificial e mídias eletrônicas estão transformando o fazer artístico, e Gustavo Caboco e Kassia Borges, que discutirão a participação de artistas indígenas no mercado da arte. 

No sábado, Laís Franklin, editora-chefe da Bravo!, entrevistará Ayrson Heráclito, da galeria Darze; Nádia Taquary, da galeria Verve; e Thiago Martins de Melo, da Lima Galeria.

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Exposição internacional

A partir de 31 de agosto, a Casa SP–Arte receberá a sua primeira exposição internacional. O espaço será ocupado pela galeria kurimanzutto, com sedes na Cidade do México e Nova York. Trata-se da primeira individual do artista colombiano Oscar Murillo no Brasil com obras que dialogam com nomes fundamentais da arte brasileira, como Lygia Clark, Hélio Oiticica e Cildo Meireles.

A Rotas Brasileiras oferece audioguias temáticos que estarão disponíveis no Spotify. Eles propõem um passeio imersivo por Rotas, com indicações e comentários sobre a poética de artistas presentes em diferentes estandes. Nesta edição, os audioguias foram elaborados por Felipe Molitor, coordenador de programas públicos da SP–Arte, e pelo curador independente Lucas Albuquerque, abordando temas como expressões religiosas e diásporas transatlânticas.

Nova direção artística

Uma das grandes novidades é a direção artística de Rodrigo Moura. Curador, editor e crítico de arte, Moura vem de Belo Horizonte e atua como curador-chefe no Museo del Barrio, em Nova York, desde 2019. Sua trajetória inclui passagens pelo MASP como curador-adjunto e pelo Instituto Inhotim como diretor artístico e curador. Foi também o primeiro curador do Setor Solo na SP–Arte, em 2014 e 2015.

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Moura colaborou no desenvolvimento dos projetos que serão apresentados nesta edição, estimulando e propondo novas dinâmicas de circulação para os programas das galerias.  “Rotas oferece a possibilidade de criar diálogos em torno de conceitos e noções de identidade e pertencimento, propondo perguntas, revisões e afirmações”, diz o diretor artístico.

SERVIÇO: SP-Arte Rotas Brasileiras

28 agosto–01 setembro 2024

ARCA: Av. Manuel Bandeira, 360 – Vila Leopoldina (São Paulo – SP)

Horários
28 agosto: convidados
29–31 agosto: das 12h às 20h
01 setembro: das 12h às 19h

Ingressos
R$ 80 (inteira)
R$ 40 (meia-entrada)
Bilheteria online

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